CACAU COMO ARTIGO DE LUXO: CONHEÇA OS CHOCOLATES QUE ULTRAPASSAM R$ 1 MIL

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CACAU COMO ARTIGO DE LUXO: CONHEÇA OS CHOCOLATES QUE ULTRAPASSAM R$ 1 MIL

De barras maturadas por anos em barris de conhaque a trufas envoltas em ouro, o universo do chocolate ultraluxuoso une narrativa, escassez e status — e já mira o Brasil.

Da prateleira de supermercado às vitrines mais exclusivas, o chocolate atravessou séculos de transformações. Se na Revolução Industrial ele se popularizou como doce democrático, hoje algumas de suas versões mais raras transitam por outro território: o do ultraluxo. Nesse universo, barras podem custar mais de R$ 1 mil, ganhar embalagens artesanais e disputar espaço com rótulos de vinhos de safra limitada.

A equatoriana To’ak, considerada a marca de chocolate mais cara do mundo, é um dos nomes que ditam esse movimento. Uma barra de 50 gramas chega a valer entre US$ 260 e US$ 490 (cerca de R$ 1,3 mil a R$ 2,3 mil). O cacau vem da variedade Nacional — quase extinta e uma das mais raras do planeta. Depois, o produto passa por envelhecimento em barris de conhaque ou whisky e é entregue em caixas de madeira numeradas, acompanhadas de pinça de degustação e guia ilustrado.

Outros exemplos ajudam a dimensionar o alcance desse segmento. A americana House of Knipschildt criou a trufa La Madeline au Truffe, vendida por mais de R$ 1,2 mil. A suíça Delafée aposta em ouro comestível como ornamento. No Brasil, a chef Samantha Aquim levou o cacau nacional ao patamar global com o Chocolate Q, que já foi experimentado por figuras como a Rainha Elizabeth, o Papa Francisco e o cantor Sting. A marca pode chegar a R$ 1,1 mil a caixa — um feito que coloca o país no radar do luxo internacional.

“Quando alguém paga US$ 100 ou US$ 300 por uma barra, não está apenas comprando chocolate, mas a sensação de ser especial. O fetiche e a narrativa entram nesse lugar”, explica o pesquisador e chocolatemaker Bruno Lasevicius. Para ele, luxo gera status — mas não é sinônimo de qualidade.

Aqui, a cena se divide. De um lado, marcas premiadas como Mestiço, Mission, Nugali, Baianí e Luisa Abram colecionam títulos em concursos internacionais. De outro, a pergunta persiste: prêmios bastam para convencer o consumidor final? “A premiação ajuda, mas pouca gente conhece. O storytelling ainda é mais poderoso”, resume Abram.

Apesar de o público interno resistir a cifras astronômicas, algumas casas nacionais já se aproximam do conceito ultraluxuoso. O exemplo mais emblemático continua sendo o Chocolate Q, de Samantha Aquim. Outro nome consolidado é a Chocolat du Jour, pioneira no modelo bean-to-bar no país, com lojas em endereços de alto padrão.

 

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